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26 October 2007

Ah, esses idiomas...
Não sei como a garotada de hoje aprende inglês, se é fácil, se é difícil... Eu penava pra caramba, mesmo com a gramática do inglês sendo mais simples do que a do português (a bem da verdade, o inglês é um dos idiomas com mais diferenças entre escrita e fala que existem...)

Mas inglês é fichinha. E aqui vão, depois de uma tarde modorrenta, maçante e massacration, algumas curiosités sobre idiomas que ninguém sabia, graças a la vida, graças al amor, graças a la Wikipedia:

A incrível história da bomba que matou um idioma
A língua dalmática era um idioma derivado do latim, falado onde atualmente é a Croácia (não confundir com um dialeto croata atual). Seu último falante conhecido foi Tuone Udaina, um sacristão que, no final do século 19 foi entrevistado pelo linguista italiano Matteo Bartoli - entrevistado mesmo, parece que ele gravou a baghassa, já havia tecnologia para isso em 1898.
Tuone vivia na ilha de Veglia (atual ilha de Krk) meio que isolado da sociedade. Nunca saiu de lá. Na verdade, o dálmatico não era sua língua materna, era o vêneto, e comunicava-se em alemão e italiano com a galera, e por causa de seu serviço eclesiástico, também em latim. E aprendeu o idioma que seus pais falavam em casa, quando criança. Era o dalmático velhoto - da ilha de Veglia. A outra vertente do idioma, o dalmático ragusano (língua oficial da república de Ragusa, às margens do Mar Adriático), já desaparecera no século 16, antes mesmo da extinção do país em 1808, quando Ragusa foi invadida por Napoleão. E naquela ilha, acreditem, havia mais de 20 anos que Tuone não falava com ninguém nesse idioma! Todos já haviam falecido... até que chegou Bartoli.
Não consegui pesquisar a respeito do que exatamente eles conversaram, mas alí foram feitos os poucos registros do que seria esse idioma, mesmo que Tuone não lembrasse muito bem e estivesse com a "bicção prebudicada", in a Tiririca basis.
Ok, e a bomba? É que em 10 de junho de 1898, uma mina terrestre de fabricação otomana, esquecida no solo da ilha, acabaria por exterminar Tuone, aos 77 anos. Phalecia não só um idoso solitário, mas também o idioma que ele herdara de seus pais sem que ele e seus falecidos conterrâneos da ilha de Veglia não o pudessem ter ensinado a ninguém... Essa já deve ter passado no "Acredite se quiser", não é possível!
(PS: É provável que este seja o artigo mais completo sobre esse inóspito tema em língua portuguesa na Internet, mas eu sugeriria ao amigo pesquisar ainda um pouco mais sobre esse idioma que é o terror de Cruela de Vill.)

- Mas incrivelmente tem mais um caso de idioma a "phalecer" junto com seu último falante: o roncalês, parente do basco, falado no Vale do Roncal, na Espanha, era o idioma nativo de Antonia Anaut, que phaleceu em 1976. Em 1970 ela foi entrevistada por Koldo Artola, onde também foram feitos registros - aqui, com certeza, também sonoros. Mas ela vivia bem: apesar de surda, sabia o "desgraciado" do Español, e era assim que se viraba com sua família. E aqui não teve mina terrestre, não. Eu sei que você já deve estar, inspirado por esse idioma, roncando, e calma que é só el comiezo...

- Um perigo semelhante ronda o Romanche (ou Romance) na Suíça. O idioma também veio do latim e é falado por menos de 1% dos suíços, e ainda assim, com muitas variações entre uma localidade e outra. Seria, grosso modo, como se em cada bairro de São Paulo ou Rio se falasse um idioma com mais de 50% de diferença um do outro!

- Inglês é um treco estranho, rapeize. A letra menos utlizada é Q (daí o Q ficar no extremo superior direito do teclado) e três nomes de cores (purple, silver e orange) são palavras que não tem rima.
Ah, o teclado QWERTY pode ser considerado um instrumento de dominação cultural: ele surgiu nas máquinas de escrever, misturando o alfabeto para que as teclas vizinhas tivessem a menor chance possível de precisarem ser acionadas uma após a outra, considerando a língua inglesa, como base pra isso, evitando que os dedos entrassem entre as teclas da máquina! Eu já senti essa sensação, não é muito agradável... Experimente digitar "abcdefghijkl..." e veja como as letras estão relativamente distantes umas das outras. O padrão das máquinas de escrever foi estendido a todos os instrumentos similares que surgiram depois como... os computadores, claro! (Embora hajam os teclados Dvórak e os teclados ABCDEF - como os das primeiras máquinas - em alguns aparelhos específicos. Existe também o projeto de um "teclado brasileiro", que faz essa mistura, mas baseado na língua portuguesa.)

- Foi o idioma espanhol que introduziu o uso de Ç e SS, embora esses caracteres deixassem de fazer parte do idioma depois. Acabaram indo parar em idiomas como português e galego.

- Em havaiano só existem 162 combinações possíveis de sílabas. O alfabeto havaiano tem apenas 12 letras e um símbolo (apóstrofe curva à direita, símbolo de vogal prolongada). Mas há um outro idioma, o dos Rotokas em Bougainville, Papua Nova Guiné, no qual esse símbolo não existe, e esse, portanto, é considerado o menor do mundo.

- Cassúbio não é nenhum jogador de futebol com ficha no site do Milton Neves, seria um dialeto da Polônia, parcialmente incompreensível aos poloneses. O polonês, por sua vez, já é um dos idiomas mais difíceis do mundo...

- Além do catalão e do basco (não confundir com o time treinado por Romário) a Espanha ainda fala o galego, na região da Galícia. Esse é talvez o idioma mais próximo do português que exista, e é descendente direto do galego-português, aquele que os vestibulandos conhecem das primeiras aulas de literatura. Pesquise na Internet por sites nesse idioma e provavelmente você vai entender mais de 90% do que eles escrevem.

- Em compensação, em uma determinada área de Portugal, se fala o mirandês, já parcialmente incompreensível para mim... O governo da área luta para a não extinção do idioma. (Não, a frase "um tico-tico cá, um tico-tico lá" é em português mesmo!)

- Dialetos de certas regiões do Japão, como Tsushima e Ilhas Ryukyu são incompreensíveis para moradores de Tóquio, por exemplo! E no caso das ilhas Ryukyu, até mesmo entre uma e outra ilha! Vá ser hermético assim na Tupperware, seu!... Mas há uma explicação: o relevo montanhoso do Japão favorecia esse isolamento entre as comunidades. Favorecia: mais do que qualquer outro país, o Japão moderno está interligado pela TV e pela Internet, fora os demais meios de comunicação, fazendo cada vez mais com que seus habitantes passem a falar a mesma língua.

E acredite: o mundo continua a insistir
nas línguas universais que não sejam o inglês!

Existe um idioma universal, o Kotava, que é falado por... 40 pessoas. Alguns milhares a mais falam Ido e Interlíngua. Muito mais gente fala Slovio, Volapuk e Esperanto. Em compensação, o Volkspraak está em fase de criação - embora, de todos os idiomas universais mostrados na Wikipedia, este foi o que eu menos entendi (usa uma tonelada e meia de sinais diacríticos!) E ainda tem o Fasile (cujos falantes se concentram no... Brasil) e o Dousha, inciativas ultra-recentes (o último é de 2002 e foi criado por Almir U. Júnior, brasileiro) O Dousha tem a preocupação de não parecer "ocidental demais" para os orientais.

- Uma língua artificial criada com objetivos opostos à turma acima (não unir as nações, mas separá-las) também tem seus falantes: o Klingon. Aquele, da série Star Trek, cujos episódios não são cancelados nem redublados, nem viram desenho animado sem a Uhura... XD

- E finalizando com uma Curiosidade Suprema: A Wikipédia serve até mesmo pra você aprender a falar em... caipira! Why, so?!

Moral da história: Na torre de Babel, usaram um liquidificador Blendtec pra misturar os idiomas. "It's language powder, don't breath this!"

19 October 2007

Silêncio! Meus discos de vinil estão detectando uma notícia!
Para tirar a poeira deste blog e evitar o sepultamento de postagens importantes no ICBIT's, vamos com uma notícia! O Ministério da Cultura, por inciativa própria, quer colocar uma fábrica, a Polysom, do Rio de Janeiro, na Lei Rouanet, sendo tombada como patrimônio cultural imaterial (que nem o samba e o acarajé, se não me engano.)
E por quê? É que a Polysom é a única fábrica de discos de vinil em atividade do Brasil. Sabe, daqueles pretos, que você ouvia na sua tenra infância, ou seu pai ouvia em sua adolescência... É, tinha uns coloridos também no meio, mas era basicamente isso.
A Polysom foi criada em um incrível 1999 (em 1996 os LPs deixaram de ser fabricados pelas grandes gravadoras), e já foi notícia no Jornal Nacional porquê eles estavam fazendo copinhos de plástico para sobreviver. Isso em 99. Atualmente, a fábrica tem míseros TRÊS funcionários (só a Salt Cover tem menos recursos humanos), que operam maquinário herdado de gravadoras que migraram para o CD. A Polysom tem um arremedo de site oficial, que está dando Index Directory...

Por outro lado, a Le Son (aquela dos microfones das igrejas e bandas iniciantes...) é a única fabricante de agulhas de toca-discos no Brasil em atividade. A situação financeira da Le Son é bem melhor porquê eles faturam muito mais com microfones e alto-falantes.

Ainda bem, porquê até hoje me lembro com pesar do dia em que eu tentei fazer "scratch" em um LP e inutilizei a agulha. Nem dava direito também porquê o toca-discos tinha suspensão, não era "duro" como os dos DJs... Vasos da dinastia Ming, por favor, afastem-se de mim!...

Terminando com uma Curiosidade Suprema *buééééim*:A empresa japonesa ELP fabrica, por um preço um tanto salgado (11 mil dólares) um toca-discos de vinil sem agulha, à laser, que consegue até mesmo trocar de faixa só digitando números no painel e, embora não consiga reproduzir discos com cores diferentes de preto, consegue reproduzir discos "zoados" que as agulhas convencionais não conseguiriam. Se alguém que nos lê tem MUITOS LPs e gosta MUITO deles, tá aí uma dica que vai fazer a pena você vender o carro.

09 October 2007

A VIDA IMITA A ARTE...
A Bruxa do 71 (e a Loca de la Escalera, no remake do episódio) diziam que pintavam os cabelos. De grisalho, porquê estava na moda... Eu, hein?
32 anos depois: Camilla Parker-Bowles (a eterna paixão do Príncipe Charles) tinge os cabelos de... branco! E não é como a Cindy Lauper e a Ester Grossi, que metem outras cores do arco-íris depois, não!

Será que poderia ter uma cena assim nos programas clássicos del Big Chespa?...
[Florinda] - Você viu o que você fez?
[Ramón] - Não vi nnnada.
[Florinda] - Mas um dia todos hão de ver. (vira-se para a câmera) Todos os dias, na íntegra, e sem cortes... Para todo o país!
[Ramón] - Ora, cale-se!
[sobe fundo: "Pai, afasta de mim este cálice, pai... Afasta de mim este cálice, pai..."]
[Vilagrán] - Vocês me deixam loooou-co!!

Sonhar... É de grátis.